Workshop e breve Concerto com instrumentos tradicionais

2016/1/13

Workshop e breve concerto com instrumentos tradicionais japoneses de Gagaku
(música tocada na antiga corte imperial do Japão) 

Teve lugar no passado dia 21 de Janeiro, na Escola superior de Lisboa, um workshop e breve concerto com instrumentos tradicionais japoneses de Gagaku mais precisamente Shō e Koto. O workshop foi orientado por Naoyuki Manabe, instrumentista de Shō de Gagaku  e compositor de música contemporânea e por Ai Kajigano, instrumentista de Koto e membro do Conselho da Associação de Arte e Cultura de Kagoshima.
De rara apresentação em Portugal, Naoyuki Manabe descreveu as origens do Gagaku, um tipo de música fortemente influenciada pelos ancestrais asiáticos, tocada na corte imperial japonesa por mais de um milénio. Gagaku não segue uma pauta tendo sido transmitida pela oralidade de geração em geração. Os músicos que se apresentam nos dias de hoje, no Departamento de Música do Palácio Imperial são, na maioria deles, descendentes directos daqueles grupos de músicos que surgiram no século VIII.

Depois da explicação, exemplificação da repetição de uma linha musical de Gagaku e visualização de um vídeo sobre a evolução deste tipo de música, Naoyuki Manabe descreveu as origens do instrumento Shō, que faz parte do naipe de instrumentos de Gagaku, tendo exemplificado os sons que se podem produzir e a forma como o instrumento foi construído originalmente bem como a sua evolução.
Ai Kajigano, por sua vez, apresentou as especificidades do Koto, sendo que os primeiros instrumentos tinham apenas cinco cordas passando a ter, mais tarde, durante o período Nara (710-794), treze cordas e cerca de dois metros. O instrumento foi introduzido a partir da China e passou a ser utilizado na música de corte. O Koto é feito de madeira, apresenta um espaço considerável entre as cordas que são tocadas com unhas postiças que se colocam em três dedos da mão direita. A mão esquerda é usada para pressionar as cordas e mudar os tons a cada música. Kajigan interpretou repertório vocal oriundo do Teatro Noh e interpretou peças tradicionais. Juntamente com Naoyuki Manabe, evidenciaram as potencialidades dos dois instrumentos tendo apresentado peças de linguagem mais contemporânea.

O workshop finalizou com várias perguntas da audiência que relevou grande interesse por estes instrumentos tão raros e de som peculiar.
A Embaixada agradece o interesse da Escola Superior de Música de Lisboa em acolher esta iniciativa e a todos os participantes.